
Um projeto desenvolvido pelo Núcleo de Investigação e Ação Social e Educativa (Niase), da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), vem colhendo frutos positivos na Emeief Maria Apparecida de Luca Moore, no Parque Residencial Aeroporto. A iniciativa leva à escola as chamadas Atuações Educativas de Êxito, um conjunto de práticas pedagógicas baseadas em evidências científicas, com foco no diálogo, na participação da comunidade e na melhoria da aprendizagem dos alunos.
A metodologia é aplicada há cerca de 50 anos em diferentes países e já está presente em mais de 300 escolas brasileiras. A iniciativa é coordenada pela professora doutora Roseli Rodrigues de Mello e financiada pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
Segundo a responsável pelo projeto, os trabalhos tiveram início em 2022 em Limeira e registraram avanços significativos. Nesta semana, Roseli e outras pesquisadoras do núcleo estiveram presencialmente na escola, entrevistando alunos, pais, voluntários, professores e gestores escolares. “Nossa avaliação é muito positiva, podemos dizer que tivemos muito sucesso”, diz.
A pesquisadora ressalta que ocorreram trocas de experiências importantes: “nós também aprendemos muito com a escola, o que ajudou a produzir conhecimento científico que poderá ser replicado em outras unidades do mesmo porte”. Roseli atribui esse resultado ao empenho de toda a comunidade, em especial à gestão escolar, que tem a diretora Adriana Ijano Motta à frente.
A diretora pedagógica da Secretaria de Educação de Limeira, Helenice Magalhães, avalia que a parceria com a universidade fortalece o trabalho pedagógico e amplia a formação continuada dos profissionais. “O acompanhamento da UFSCar potencializa os processos de ensino e aproxima ainda mais a escola da comunidade”, afirma. Ela lembra que outras unidades da rede, da educação infantil ao ensino fundamental e à educação de jovens e adultos, já começaram a implementar as Atuações Educativas de Êxito. “Há evidências científicas consistentes de que essas práticas promovem aprendizagem e transformação social”, completa.
No início da parceria, sob orientação do Niase, foram trabalhadas “Tertúlias dialógicas literárias”, em que a família é convidada a ler e discutir textos clássicos com as crianças. No segundo ano, foram formados grupos interativos entre alunos e voluntários, o que contribui para ampliar o aprendizado e o senso de comunidade. Outra estratégia adotada pela escola foi a criação do “Clube de Valentes”, que estimula que as crianças compreendam que a coragem não está na violência, mas no respeito ao outro.
Além disso, as famílias são convidadas a compor uma “Comissão mista”, que tem participação nas decisões tomadas pela escola. Os professores participam, ainda, de “Formação pedagógica dialógica”, formato que dá autonomia aos profissionais na construção do conhecimento e possibilita a resolução de problemas de acordo com a realidade local.


